Nile-Those Whom The Gods Detest


Como é que uma banda consegue fazer um album que contem algumas das coisas mais intensas ao longo da sua carreira e depois falhar redondamente em adapta-las com aquilo que os tornou num dos pilares mais gigantescos do actual movimento DM?
Pois bem a resposta parece estar no album de Nile que tinha tudo para ser o melhor album da banda e não o consegue ser.
Primeiro e o que mais se nota é o regresso as origens da banda, que foi uma boa opção deixando de lado aqueles terramotos dos ultimos albuns que ja se tornavam irritantes sinceramente,aqui apenas existem duas ou três tempestades de areia, sendo que uma delas mais precisamente a "Permitting the Noble Dead to Descend to the Underworld" consegue ser dos melhores temas sonicos feitos pela banda até hoje provando que afinal existe vida para além dos tentaculos do Kollias.
Alias falando neste aspecto nota-se que a banda se preocupou em criar temas com cabeça/tronco/membros em vez de se preocuparem no lancamento de mais uma praga de besouros,algo que nos ultimos trabalhos desaparecia com um simples estalar de dedos...
Mas se a mumia se levantou finalmente de novo, em vez de nos assustar fez-nos correr para ela todos sorridentes.
E digo isto porquê?
Porque é nisto que este album falha um bocado, aquele ambiente catacumba tipico de Nile aqui quase que não existe e o pouco que se encontra não escurece a sala,alias ficam-se a ver alguns focos de luz lá no fundo,embora a "Iskander D'hul Karnon" ande lá perto.
Tentem imaginar por exemplo a "4th Arra of Dagon",a "Kafir!" com o ambiente do Shrines e com mais ou com urros do senhor Sanders,conseguem?
È uma bela imagem não é?
Por falar no Karl tambem notei que a participação vocal dele aqui resumiu-se a muito pouco e por vezes sem aquele carisma que tornava os temas tão poderosos.
Sim bem sei que o Dallas é a voz principal e faz o que faz de uma forma bastante competente,alias neste trabalho até se dedicou a criar autenticos refrões que perduram bastante coisa pouco comum ainda mais entoada desta maneira,mas o Sanders por vezes tinha o dom de transformar os temas e adicionar-lhe ainda mais peso.
A banda prometeu que este album seria o mais ecletico,a nivel instrumental tenho que concordar que acaba por ser,mas penso que os samples e passagens do medio-oriente não resultam muito bem,alias penso mesmo que estas sejam mesmo as mais fracas usadas por eles até hoje,embora tenha adorado aquele efeito do wtf,está um muculmano a cantar atrás de mim na excelente "Kafir!"(putinhaquepariu tal musica foda-se!) o resto não aquece nem arrefece e um album com um titulo destes tem que assustar não nos lembrar que estamos a ver um programa do National Geografic sobre as piramides de Gizé.
O album em si é interessante,não custa nada em ouvir, tem alguns temas que como disse são do melhor feito por eles como o "Kafir!",mas no geral fica-se com a ideia que o esqueleto aqui contido merecia outro tipo de ligaduras e que nos deixa-se amaldiçoados,na abertura e isso chega a acontecer,só que depois...afinal a mumia é amiga e os deuses só nos detestam um bocadinho...
Só mais uma coisa quando o tiver o album quero mesmo confirmar no trabalho original se foram mesmo o Kernon e o Rutan que foderam isto devido a esta produção toda limpinha...demasiado limpinha.
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