"This is how we ruined the world?"
É assim que começa este espantoso album dos desconhecidos Ævangelist, uma frase dita por uma voz doce que define realmente o que vai acontecer na proxima hora.
Quando ouvi a banda pela primeira vez o que senti assemelhou-se um pouco áquilo que senti aquando do primeiro contacto com os surpreendentes Mitochondrion ou seja estava perante algo diferente, abismal e poderoso.
E realmente o album não só confirma essas boas indicações deixadas na altura como as eleva ainda um pouco mais, embora saiba que isto não é nem será um album muito facil ou agradavel para a grande maioria das pessoas.
As referencias a Mitochondrion e Portal são evidentes, mas ao contrario de algumas copias atuais Ævangelist consegue sobressair um pouco mais desse lote, já que a formula usada não se resume somente ao estranho 2+3 usado pelos nomes acima citados.
Referencias a lembrar o lado sci-fi que nos atiram para uma viagem aos comandos de Darkspace tambem se apanham um pouco ao longo do album (conferir Crematorium Angelicum), não de uma forma direta ou evidente mas estão lá, principalmente no lado mais ambiental, tambem não é de estranhar porque existe muita parafernalia maquinal esta muita vez quase a entrar nas dissonâncias drone usadas em albuns como o MoRT ou Odinist de BaN..
A banda é formada pelo Ascaris (ex-Velnias na voz) pela mente psicotica do Matron Thron que dá vida a Benighted In Sodom e mais umas dezenas de outros projetos, e aquilo que a partida podia parecer estranho, conhecendo os projetos por andaram metidos nos ultimos anos, tornou-se naquele que é para mim o mais fantastico album de Death-Metal que ouvi até agora este ano, passando monstros do calibre de Witchrist ou Wrathprayer algo que julgava impossivel e são tambem referencias naquilo que fazem.
A produção do album é limpida ao contrario daquela sonoridade "enxame de abelhas" de uns Portal por exemplo, o que acaba por dar um toque organizado á caotica sonoridade de Ævangelist, que acaba por ser um enorme ponto a seu favor.
Hipnotico, extremo e brutal é o que resulta da junção destas influencias e o duo sabe os terrenos onde se move e em vez de se afundarem em algo esteril conseguem aqui criar uma aberração monstruosa nauseabunda e tortuosa.
Sem duvida um dos albuns mais assustadores do ano senão o mais assustador mesmo, tentem ouvir a Hierophant Disposal Facility em total escuridão ou a excelente The Longevity of Second Death num daqueles dias em tudo vos mete impressão e depois tentem sacar aquilo que vos está a passar pelo corpo.
Ouçam, comprem ou sei lá mas não deixem passar isto ao lado se gostam de musica feia, demente, psicotica e totalmente abissal.
Se existem os quatro cavaleiros do apocalipse, os Ævangelist são um mensageiro bem medonho do que está para vir, acreditem!
Recomendado muito mesmo!
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