Abigor-Time Is the Sulphur in the Veins of the Saint...


Por vezes existem coisas estranhas dentro da musica extrema.
Quem diria que um album como o penoso Satanized fosse mesmo a parte zero daquilo em que Abigor se tornou actualmente.
Quem os conhece minimamente sabe que os primeiros registos desta banda austrica conseguem fazer frente a muito do BM vindo do Norte da Europa e em alguns casos superar mesmo.
Mas com o passar dos anos a banda começou um pouco a, não direi perder-se mas a tentar sair um pouco do seu casulo nocturno.
O album que falei deles em cima foi mesmo um dos primeiros passos dados pela banda do PK, embora como todos sabemos as coisas não correram lá muito bem, alias é mesmo um dos piores albuns de BM dos anos 90 na minha opinião, isto fazendo uma ponte com aquilo que criaram até esta altura.
Encerraram as portas depois deste erro e voltaram em 07 com uma nova formação, mas apostados em seguir os passos mais "vanguardistas" iniciados no Satanized e para alegria de uns e tristeza de outros as coisas até acabaram por resultar já que o album mostra a banda com quase toda a capacidade para fazer aquilo que se tentou antes mas não se conseguiu.
Chega agora mais uma rodela de Abigor, ou melhor um mcd ou split como queiram ver isto, e aqui sim as coisas conseguem de facto ser abrassivas e corrosivas como nunca o fizeram.
O trabalho divide-se em dois temas cada um com quase 20 minutos onde o actual trio (PK,TT e o AR) mostram bem o porquê de tanta eforia á volta deles ao longo dos anos.
Aqui já não existe espaço para momentos BM com laivos de BlackThrash hibrido nem brincadeiras musicais com a desculpa do suposto vanguardismo, apenas e só se assiste a uma descarga de BM de contornos bizarros que tanto caiem para o lado do ortoxismo ambiental como para o trance.
Se procuram um paralelo sonoro talvez o nome de DHG vos atire para o centro da tempestade, mas mesmo assim não deixa de soar a possessões fractais mais actuais ao genero das brincadeiras de uns Ephel Duath por exemplo a nivel sonoro.
Dito isto, este talvez seja o registo mais lento,introspectivo e porque não escreve-lo mais insano da banda até hoje, mas com um lado bem positivo, já que o puzzle acaba por encaixar muito bem e quando isso não parece acontecer a banda aperta com certos momentos que resultam em autenticos mindfucks sonoros que nos deixam completamente sem saber para que lado nos devemos virar,mas só ouvindo mesmo.
As vozes do A.R. são mais uma vez muito boas, confirmando as credenciais deixadas no album anterior e tornando-se no vocalista ideal para estes Abigor New Era e um dos mais interessantes actualmente na minha opinião.
Gostava de ouvir este gajo num trabalho de DHG, já que por vezes o tom da voz é assustadoramente parecido com o do Aldrahn (a maior influencia do Arthur Rosar tudo leva a crer).
O tempo é o enxofre que corre nas veias do Santo, o nome diz tudo acerca do conteudo lirico deste mcd, levando a crer que agora Abigor se centra nos conteudos mais ortodoxos do BM actual,alías a parte final do primeiro tema confirma mesmo isso, sendo isto mais uma excelente opção da parte do Peter.
Outra coisa que realmente curto é o som do baixo, sinceramente já não ouvia um trabalho deste porte á muito tempo com um poder deste calibre.
Apesar da sonoridade complexa isto é tão doce e amargo que se fica preso aos quase 40 minutos de uma forma surreal...tão surreal que até ouvi uma frase aqui berrada bem alto igual a uma de Slipknot.
Excelente mesmo este novo de Abigor,carregado de veneno e loucura bem ao meu gosto, definindo isto por poucas palavras arriscaria a dizer que este é mcd tem tudo para ser um classico ao nivel de um 666 INT é que apesar das tais semelhanças com DHG conseguem criar um trabalho com a marca propria de Abigor e mistura-lo com a inteligencia de Einstein...resultado.....bem o "Tal sem Nome" acena com dois dedos levantados para o novo milenio...
Essencial.
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