Blut aus Nord-What Once Was... Liber I


O novo album de Blut Aus Nord prometia voltar de novo aos ambientes sufocantes do passado, mas eu tinha alguma duvidas acerca daquilo que a misteriosa banda poderia agora fazer ou realmente mostrar.
O anterior album ou mais resumidamente a segunda parte do Memoria mostrava o projeto no auge da criação ambiente vs sinfonia, conseguindo captar a monstruosidade inicial e adicionar uns toques ainda mais viajantes á sua musica criando um trabalho de proporções epicas e relaxante que deixou muita gente com a cabeça a viajar pelo cosmos.
Passado uns meses e para que não restem duvidas os franceses regressam apostados em roubar de novo o trono do lado mais extremo da musica atual.
Mas que poderia ser feito?
Ora se no Memoria II a banda pegou no seu passado e o re-inventou neste "What Once Was... Liber I" as coisas não são feitas ou deixadas ao acaso.
Muito se falou acerca do album, primeiro a mudança de editora, depois a assumida distanciação em relação ao ultimo album, a unica edição em formato vinil e uma nova sonoridade que supostamente iriam mostrar, falou-se em DM em BM na onda mais crua, mas afinal nem uma coisa nem outra.
O unico tema que constitui este album é uma viagem feita á luz da vela, por entre corredores escuros, paredes sujas e onde vultos se vão movendo constantemente á medida que o som dissonante e tão caracteristico da banda se vai movendo em estranhos espirais de ecos fantasmagoricos e gritos de horror...
Se existe palavra para descrever este album é mesmo horror, sendo que á medida que mais se vai ouvindo o tema acaba-se por transformar num autentico pesadelo sonoro, cruel e completamente alucinado como se fossemos atirados para dentro da mente de um qualquer louco preso numa sala escura...
Os albuns The Work Which Transforms God e o mcd The Mystical Beast of Rebellion acabam por ser as referencias primordiais desta primeira intrigante serie de lançamentos em que a banda apostará nos proximos tempos.
Não existe aquela beleza que fez tanta gente gostar do anterior nem aquele lado quase drone em que a banda ameaçava entrar na fase MoRT e Odinist, aqui é novamente um regresso ao passado mas á segunda fase da banda, curiosamente fico com a ideia que a banda está a fazer extamente o mesmo caminho do passado, mas onde algumas arestas são limadas e se no anterior a lamina estava afiadissima aqui os lados estão retalhados por navalhas bem ferrugentas..
È necessario alguma atenção ao ouvir este album não por o tema ser por si só monstruoso mas porque existem aqui momentos realmente surpreendentes principalmente quando a banda entra em dominios que se aproximam duma especie de DM morbido, dissonante e claustrofobico, são coisas de minutos apenas mas que encaixam no meio deste monte de arame farpado de uma maneira bem fodida.
Extremo, muito extremo e o mais sufocante, rapido e direto deles até hoje, mas sempre com aquele toque arrogante e desprovido de sentimentos, mas que acaba por mexer com o nosso subsconsciente de uma maneira medonha.
E se existiam duvidas ou medo daquilo que a banda liderada pelo Vindsval poderia mostrar agora, os franceses mostram novamente o porquê de estarem cinco passos á frente da atual cena extrema mundial.
Medicação mental?
Sem duvida...seguida de um AVC psicologico...
Obrigatorio.
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