Zoroaster-Matador


Se os albums anteriores foram o que foram, Zoroaster consegue agora marcar definitivamente o seu territorio, já que o novo Matador é realmente uma daquelas peças que valem o tempo que se perde e investe na sua descoberta.
Embora desta vez o trio americano quase transforme por completo o seu som, consegue com isso dar um passo em frente na arte criativa que desenvolve.
Quando escrevi transformar, não quis dizer com isto que a banda tenha mudado a sua sonoridade radicalmente ou que se entre em abismos em relação ao Voice of Saturn ou ao Dog Magick, apenas faz as coisas de uma forma mais simples sem grandes floreados mas com a habitual envolvencia que dá uma aura mistica a sua musica.
Quem não os conhece acredito que vá sentir a musica de uma forma diferente, mas atendendo ao passado da banda este passo parece-me ser o mais logico e o mais certo, em vez de afogar o seu som os rapazes de Atlanta torna-no ainda mais dinamico em relação ao Saturn e mais fresco, alias a palavra fresco aqui quase se assume como uma brisa bem fresquinha com cheiro intenso a erva.
Apesar de o lado mais Sludge|Rock continuar bem pregado aos instrumentos, desta vez a banda adicionou um certeiro cheirinho a Space Stoner Rock onde o legado de Kyuss se mistura com Hawkwind, mas sempre com as "sapatas" enterradas no autentico lamaçal de onde a banda saiu.
Quem ouviu e gostou da Hawkwind Triad (ver uns posts abaixo), vai certamente delirar com este novo registo de Zoroaster já que aqui não são covers que se ouvem, são musicas criadas de raiz mas com os mesmo ingredientes ultizados pela outra tríade.
Musicas como a Black Hole ou a Ancient Ones fazem o contraponto ao longo do album com outras como a Odissey I e II, (esta remete totalmente para o tipico som Southern) ou a Old World mostrando uma banda na plenitude das suas capacidades criativas.
Duro quando tem de ser, suave quando a dureza aperta, o resultado deste conjunto de temas resultam muito bem e no meio disto tudo o registo sonoro que o Brent e o Will usam atualmente acaba por criar um fratal sonoro que se dissolve pela musica que acaba por tornar o album a dados momentos numa experiencia realmente gratificante.
O unico senão aqui ou talvez até nem seja é o album ser de escuta talvez "demasiado facil", o que quero dizer com isto é que a banda aligeirou o seu som, esculpiu os lados mais agrestes e deu-lhe um aspeto de diamante, porque nos anteriores albuns estava mais que visto que os rapazes eram uma enorme pedra de carbono.
Mas mesmo assim não se perderam, apenas se transformaram não precisando de entrar em terrenos estranhos como aconteceu com os amigos Mastodon nem de esmurrar o som ao jeito de uns Kylesa ou Minsk.
Encontro tambem aqui uns paralelismos no som que remetem um pouco para os tambem bastantes interessantes Naam, embora estes ainda sejam bem mais 70´s, mas ambas as bandas acabam por se aproximar embora vindas de estradas diferentes ou uns Om, alias certas vocalizações aqui contidas são feitas no mesmo registo magico que o senhor Al Cisneros usa.
Para terminar, é mais um album muito interessante que é editado este ano, ideal para ser escutado nestas noites quentes de Verão...atuando como um balsamo a sua escuta torna-se quase numa massagem intelectualmente relaxante sem recurso a coisas...
Se ainda não conhecem aconselho vivamente a explorarem esta banda seja comecando por este album seja pelos anteriores, talvez se vejam frente a frente com uma das mais interessantes bandas da atualmente dentro deste estilo...
Recomendado.

Por enquanto não vou colocar o link..já tenho o album mas como ainda não vi por ai, só partilho mais tarde.. entretanto escutem o album diretamente:
Zoroaster - "Matador" by ThinkIndie

1 comentário:

Anónimo disse...

Estou viciado neste álbum!
Quero lá saber do download, quero é comprá-lo ehehe!