Os suiços Zatokrev andavam a ameaçar e tanto ameaçaram que finalmente conseguiram meter cá fora um album que capta na plenitude todas as boas indicações deixadas no passado.
Numa altura em que o Blackened Sludge americano parece estar a perder ligeiramente fulgor, resta ao lado europeu fazer as coisas de forma simples sem floreados ou trvismos que por vezes são meio parolos..e mostrar como se faz.
Esta é a primeira resposta aquilo que costuma vir do outro lado, os pontos são os mesmos, as influencias as mesmas só que aqui existe algo que define as coisas.
Poder, força, perseverança ou algo do genero e neste aspeto este album está bem no ponto.
Impossivel ficar indiferente á formula extrema vs ambient vs postqualquercoisa a que banda nos consegue submeter ao longo das 9 faixas que compoem este "The Bat, the Wheel and a Long Road to Nowhere", impossivel mesmo.
Os riffs são do melhor que se ouviu este ano, o groove é assustador e os temas são de uma qualidade acima da média, quer a banda provoque um tremor de terra como o que se ouve numa "9", quer a banda entre em campos que lembram os melhores momentos de uns Overmars ou AmenRa de uma "Angel of Cross", que curiosamente tem uma passagem vocal que lembra a Laura de Kylesa, mas que afinal é nada mais nada menos que o vocalista Frederyk Rotter num registo trabalhado em estudio..
Ou seja um album que percorre varios campos todos eles ligados entre si, direta ou indiretamente, baralha-os e volta a dar como se de algo novo se tratasse usando uma velha formula que quando usada da forma mais correta provoca estragos á nossa volta e isso aqui não só é mostrado como plenamente conseguido.
Curioso por vezes ao longo do album eu ficar com uma estranha sensação de que a banda antes de começar a compor andou a ouvir alguns albuns e quis mostrar como se faz.
Como exemplo até posso dar uma "Rodeo with Snakes" que simplesmente mostra como deve soar e não como se deve fazer temas sulistas a bandas como Glorior Belli, estranhamente esta faixa abafa totalmente aquilo que eles fizeram nos ultimos registos e nem se precisou do fator choque....
Outra das coisas que realmente me fez colar a este album foi a intensidade com que os temas fluiem entre si, as diversas influencias diluidas na propria monstruosidade em que Zatokrev se tornou..experimentem ouvir uma Medium ou The Bat bem alto, é que se forem saudosistas do lado extremo de Neurosis isto irá atenuar ligeiramente essa tristeza, sim verdade até a voz do Fred se assemelha aos tempos do Kelly raivoso..
Este album é daqueles trabalhos (colossais) que atuam como catalisador emocional que destroi tudo á volta e nos fazem ver de novo outras realidades ainda mais estranhas e bizarras.
Resumindo album essencial para este ano, só é pena ter um artwork tão manhoso e mauzinho..mas que interessa quando a musica que se ouve soa assim?
p.s- Se estes suiços criam isto, até fico arrepiado em pensar naquilo que uns Rorcal podem fazer no album a editar no proximo ano...
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