Cult of Luna-Vertikal


Embora sejam uma das bandas da linha da frente de um estilo que a dada altura começou a entrar e a ser aceite de uma maneira mais, digamos "social" no universo metalico, os suecos Cult of Luna são tambem aqueles que mais dificil conseguem gerar algum consenso por parte daqueles que se dedicam a dissecar esta sonoridade hibrida.
Mas acho tambem que se ouvirmos a discografia são ainda das poucas (tirando alguns tiros mal dados) que melhor conseguem unificar o universo envolvente do Post-Rock com o poder vindo do Hardcore do passado, duas referencias obrigatorias ainda hoje neste estilo e naquilo que a banda liderada pelo Johannes tem vindo a criar nos ultimos anos.
Este novo album é talvez na minha opinião o album que melhor consegue juntar tudo aquilo que a banda fez até hoje, manter os pés no presente e questionar o futuro.
Não é facil para uma banda deste universo hoje em dia sobressair ainda mais quando a quantidade de lancamentos tem meses de roçar o ridiculo, mas aqui o nome já tem algum peso como é logico a banda não é propriamente novata e até já nem precisa ou precisaria de se esforçar muito para mostrar aquilo que é capaz..
Mas em vez disso optam por arriscar, nao muito tenho que admitir, afinal a zona de conforto criada por Cult of Luna até está forrada de veludo e é fofinha o suficiente para se tornar agradavel e de facil escuta.
Inspirados pelo Metropolis, os rapazes suecos tentam fazer uma especie de retrato sonoro daquilo que o estranho filme tenta mostrar, se conseguem ou não acho depende de cada um, isto se realmente já viram ou tem ideia de algum dia ver o bizarro filme do Fritz Lang, mas tambem não é isso que importa para aqui.
O album em si, é para mim provavelmente o mais trabalhado, cheio de floreados e pormenores que fizeram até hoje e o que melhor consegue captar a essencia por eles desenvolvida desde o primeiro album.
A influencia de Isis aqui ganha tambem proporções dantescas como provam os imensos quase vinte minutos da Vicarious Redempetion tema essencial para descrever este album onde se resume quase toda a carreira da banda tanto em registos sonoros como nas influencias que estiveram e sempre estarão por detrás dos rapazes de Umea, e o mesmo se pode aplicar tambem a faixas como a deambulante Mute Departure, que puxa para os ambientes mais floresta urbana que de certa forma se tentaram recriar na fase pos-Salvation (e que a mim sinceramente não me agradam por ai além) ou na quase "Panopticaniana" In Awe Of que pelos riffs e estrutura ..dá quase a ideia algo horrorosa que isto é um filho bastardo, perdido e criado pela antiga banda do Sr Turner.
Por outras palavras e resumindo eu gostei imenso do album, talvez daqui a uns tempos esteja no mesmo patamar de um Salvation (algo que acredito irá aconteçer) e para todos aqueles que têm aqui um primeiro contacto com este universo é natural que fiquem algo siderados, mas não é nada de novo, apenas se retocam, assimilam e se lançam vapores daquilo que eles são até hoje e a diferença lá está é que o Vertikal é extremamente bem feito e as musicas tocam nos nossos sentidos de uma forma quase perfeita e isso cópia ou não por vezes é mais que suficiente.
Já agora ouçam a The Flow Reversed tema extra que não está na edição normal, mas que merecia sem duvida...mas fica aqui antes uma onde o lado arriscar um pouco se nota mais:




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