Fyrnask-Eldir Nótt


Nos ultimos anos o USBM veio dar uma especie de nova vitalidade ao BM e conseguiu transformar aquilo que anteriormente se chamava em Epic/Viking/Black Metal em algo com muito mais sentido e envolvencia ao contrario de outros nomes (alguns deles até responsaveis pelo surgimento do estilo) que ora optaram por outros caminhos ou simplesmente tornaram a sonoridade completamente idiota e supostamente para ser ouvida em climas divertidos onde a cerveja impera (algo que me irrita profundamente).
No entanto é delicioso saber e principalmente ouvir albuns que se demarcam desses aspetos não tão positivos e criam algo realmente que invoca o lado mais "paisagista dos montes e vales" e puxam até si uma imponente carga que impoe respeito e sobretudo porque se eleva perante nós de uma maneira assustadora.
O caso do segundo album do projeto alemão Fyrnask é um desses e aqui tudo é mostrado de uma forma majestosa, fria, por vezes ritualista que nos consegue mandar para sitios completamente isolados e magicos onde se misturam fragrâncias extremas do que de melhor foi feito nos ultimos anos para resultar num perfume onde a natureza se funde com a religiosidade pagã originando um dos mais sentidos albuns de musica extrema deste ano na minha opinião.
É verdade que é um album muitissimo extremo (ouçam a monumental "Saltrian" ) e onde a base do BM impera mas a forma como o musico responsavel pelo projeto consegue conjugar outras sonoridades com ligeiras invocações que percorrem estados geralmente associados a bandas onde a beleza "neo-classica-ambiental-drone" se assume como fio condutor é absolutamente brilhante, transformando este longo registo numa especie de viagem que mexe com os nossos sentidos e nos atira para sitios inimagináveis.
Este aspeto para mim é primordial neste tipo de registos, procura-se não só a escuta simples mas uma forma de escape á nossa realidade mundana, um pouco como aquilo que bandas como Darkspace, Paysage D´Hiver, The Angelic Process, Dead Can Dance, alguns nomes do Cascadian Black Metal me provocam etc, não que isto seja completamente igual ao que se ouve nessas bandas, embora se notem algumas influencias de certa forma aqui e ali, mas o efeito é semelhante e a musica deixa de ser algo que se escuta para se transformar quase num estranho estado mental que nos atira para outros dominios..e é aqui que continua a residir a beleza da musica extrema, digam o que disserem e neste aspeto Fyrnask consegue tocar nos pontos certos..
Um album épico, majestoso, extremo, viajante, gélido daqueles perfeitos para se ouvir nas frias noites de Outono que por ai vêm, é que isto acreditem é realmente tocante e acima de tudo perfeito!
Para terminar apenas queria acrescentar que seguramente com o album de Carpe Noctem talvez tenhamos aqui as duas maiores surpresas deste ano, pelo menos para mim.
Deixem-se levar:




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