Wolvserpent - Aporia​:​Kāla​:​Ananta


Não será descabido escrever que Wolvserpent continuam a ser uma das forças mais interessantes dentro do atual panorama USBM.
O material criado pela dupla de Idaho até hoje fala por si e continua a ser uma inspiração para muitos outros projetos e mesmo sem aquela ajudinha preciosa que outros nomes vão obtendo por parte dos Media, o casal Brittany/Blake conseguiu afirmar-se e transformar Wolvserpent (nascidos das cinzas de Pussygut) num dos nomes mais refrescantes do estilo e uma das bandas mais intensas que se podem presenciar ao vivo, aliás a atuação da banda no Amplifest continua a estar no meu top de concertos até hoje.
Mas apesar de tudo o novo ep soa algo fechado em si mesmo, isto para quem tomar conhecimento com a banda a partir deste lançamento e certamente se não tiver alguma bagagem sonora vai achar o registo algo preso numa monotonia que parece perdida no meio de varios estilos.
É certo e sabido que esta é uma das principais caracteristicas da banda já que a mistura de sons sempre esteve presente mas não tão viva como o que se ouve nesta longa e unica faixa, talvez isso se deva á quantidade de projetos em que a dupla se foi envolvendo ao longo dos anos sejam eles de sonoridade mais classica (literalmente falando) por parte da Brittany, ou em sonoridades mais negras como Aelter ou Il'Ilthil por parte do Blake, depois se ainda juntarmos Mezektet ou o cadaver de Pussygut obtemos então o estado atual de Wolvserpent ou seja um caldeirão de estilos, sons e ambientes quase ritualistas que sejamos sinceros não é de facil digestão nem de escuta facil, embora quando se consegue assimilar todo este universo se tenha então o que escrevi inicialmente no primeiro paragrafo, mas chegar até lá não é muito facil e este ep não torna as coisas fáceis.
Na minha opinião este ep pouco ou nada acrescenta ao que banda tem feito até aqui, não que isto seja mau, mas sinceramente esperava algo mais proximo do Perigaea Antahkarana e não tão vá lá experimental, mas mesmo assim é um registo digno e que deixa algumas ideias para se explorarem num futuro proximo.

Uada - Devoid of Light


A quantidade de albuns de qualidade que têm surgido nos ultimos meses relembram-nos que vivemos tempos dourados dentro do Metal mais extremo e quando se pensa de uma forma cada vez mais evidente (e por vezes até bem clara) que já se fez tudo, o aparecimento de alguns registos como este Devoid of Light fazemos pensar que afinal até estamos enganados.
Não que estas faixas sejam a coisa mais original de todo o sempre porque até nem o são, mas a forma como o quarteto norte americano pega na alma sueca dos anos 90 com Dissection á cabeça e o mistura com algum do BM mais interessante da atualidade europeia atesta de forma clara que afinal ainda existe algo a explorar sem serem as dissonancias de uns DsO ou o certo paganismo ambiental extremo sem olhar para mais nada á sua volta, o que por vezes acaba por tornar alguns registos vazios e quase sem interesse mesmo que continuem a fazer furor dentro de algumas pontas do atual pentagrama extremo mundial.
E é aqui que o album de Uada reflete todo o seu esplendor já que se consegue desviar um pouco deste lado mais usual e puxar o ouvinte para o tal espirito sueco dos anos 90 onde a melodia morbida se funde com a neblina sem recurso a experimentalismos que nos remete para os ultimos albuns de MGLA ou Kriegsmaschine, estas claramente duas obras de referencia no que de mais verdadeiro se pode esperar dentro do estilo, isto mantendo e não esquecendo algumas das regras/bases do estilo.
Apesar de ser o primeiro album do projeto, embora todos os musicos venham e tenham já alguns anos no meio, no geral acaba por surpreender na forma sincera e honesta como a banda se assume quase sem receio num meio cada vez mais dado a ocultismos e vanguardismos a nivel instrumental.
Concluindo é um album viciante de escuta facil, carregado de riffs incriveis e momentos de uma grandiosidade e majestosidade digna de respeito que certamente deixaria o Jon Nödtveidt com orgulho, afinal legado deixado pelo musico continua a espetar espinhos na pele de muitos sejam eles musicos ou simplesmente ouvintes como eu ou vocês....
Por aqui é para já um dos albuns de 2016 e fica aqui o novo video da faixa titulo...!