Medicamentos

Dementia 13-Tales For The Carnivorous
Morbid Angel-Blessed Are The Sick (digipak)
Sacramentum-Abyss of Time (2cd)
Down-Over The Under

Fuoco Fatuo - 33 Colpi Di Schizofrenia Astrale Nell'Abisso Nero (ep)


Nos ultimos tempos tendo andado um pouco á volta do movimento italiano, porque acho que tem vindo de lá algumas propostas bastantes interessantes e a juntar a mais esse lote deixo aqui um dos nomes que mais gostei de ouvir vindo de lá nas ultimas semanas: Fuoco Fatuo.
Aquilo que apresentam até agora nos splits e ep é nada mais que uma mescla de sonoridades que percorrem o Death/Doom/Sludge/Black com a adição de atmosferas sinistras a trazem a espaços o lado mais cinematográfico de alguns filmes do passado.
E se o nome da banda já é por si só bastante bizarro a propria sonoridade não lhe fica atrás já que a tal atmosfera sinistra que falei em cima parece que nasce de um estranho ritual funerario que invoca o lado sufocante e tradicional dos estilos acima citados, mas onde o carisma e a originalidade impera.
Ritmos lentos, hipnoticos e podridão é balanceada com descargas proximas do Black Metal, é a receita magica que o trio nos oferece, algo entre uns Saturnalia Temple e uns Winter só para terem ideia daquilo que aqui vão ouvir.
Este ep é de 2012 mas no entanto não deixa de ser uma proposta muitissimo interessante, pesadona e bizarra para ouvirem nos proximos tempos.
De salientar que um dos membros faz tambem parte dos extremos Into Darkness.. e podem descarregar este ep de borla.


Mother Abyss - Burden


Mother Abyss são uma jovem banda portuguesa de Viana do Castelo que mostra este ano o seu primeiro trabalho, um curtinho ep de nome Burden que me surpreendeu bastante, ainda mais nos dias de hoje onde a grande maioria das bandas nacionais ainda vive em tentativas frustadas de tentarem ser os proximos Lamb of God, coisa que felizmente não acontece por aqui e ainda bem.
Musicalmente a formula usada pelo jovem quarteto vive imenso das sonoridades geralmente associadas a bandas como Men Eater, Cult of Luna ou seja um Post-Sludge bem pesadão onde os riffs assumem papel preponderante e as estruturas dos temas vivem serpenteios que puxam ligeiramente para o Post-Rock de tendencia mais agressiva e arrastada.
O material apesar de soar por vezes a deja vú sonoro é bastante competente, cativante e se formos exigentes em demasia isto não fica nada atrás se comparado com muito daquilo que de melhor se faz atualmente dentro destas sonoridades e que nos chega muitas vezes com o "selo de next big thing", todos os meses/semanas/dias.
Além do mais outra coisa que ressalta á vista é que a banda parece ter ideias e competência para mostrar algo mais no futuro isto a julgar simplesmente pelos temas que aqui apresentam, sem duvida uma interessante proposta (apesar de curtinha) de Mother Abyss.

Fyrnask-Eldir Nótt


Nos ultimos anos o USBM veio dar uma especie de nova vitalidade ao BM e conseguiu transformar aquilo que anteriormente se chamava em Epic/Viking/Black Metal em algo com muito mais sentido e envolvencia ao contrario de outros nomes (alguns deles até responsaveis pelo surgimento do estilo) que ora optaram por outros caminhos ou simplesmente tornaram a sonoridade completamente idiota e supostamente para ser ouvida em climas divertidos onde a cerveja impera (algo que me irrita profundamente).
No entanto é delicioso saber e principalmente ouvir albuns que se demarcam desses aspetos não tão positivos e criam algo realmente que invoca o lado mais "paisagista dos montes e vales" e puxam até si uma imponente carga que impoe respeito e sobretudo porque se eleva perante nós de uma maneira assustadora.
O caso do segundo album do projeto alemão Fyrnask é um desses e aqui tudo é mostrado de uma forma majestosa, fria, por vezes ritualista que nos consegue mandar para sitios completamente isolados e magicos onde se misturam fragrâncias extremas do que de melhor foi feito nos ultimos anos para resultar num perfume onde a natureza se funde com a religiosidade pagã originando um dos mais sentidos albuns de musica extrema deste ano na minha opinião.
É verdade que é um album muitissimo extremo (ouçam a monumental "Saltrian" ) e onde a base do BM impera mas a forma como o musico responsavel pelo projeto consegue conjugar outras sonoridades com ligeiras invocações que percorrem estados geralmente associados a bandas onde a beleza "neo-classica-ambiental-drone" se assume como fio condutor é absolutamente brilhante, transformando este longo registo numa especie de viagem que mexe com os nossos sentidos e nos atira para sitios inimagináveis.
Este aspeto para mim é primordial neste tipo de registos, procura-se não só a escuta simples mas uma forma de escape á nossa realidade mundana, um pouco como aquilo que bandas como Darkspace, Paysage D´Hiver, The Angelic Process, Dead Can Dance, alguns nomes do Cascadian Black Metal me provocam etc, não que isto seja completamente igual ao que se ouve nessas bandas, embora se notem algumas influencias de certa forma aqui e ali, mas o efeito é semelhante e a musica deixa de ser algo que se escuta para se transformar quase num estranho estado mental que nos atira para outros dominios..e é aqui que continua a residir a beleza da musica extrema, digam o que disserem e neste aspeto Fyrnask consegue tocar nos pontos certos..
Um album épico, majestoso, extremo, viajante, gélido daqueles perfeitos para se ouvir nas frias noites de Outono que por ai vêm, é que isto acreditem é realmente tocante e acima de tudo perfeito!
Para terminar apenas queria acrescentar que seguramente com o album de Carpe Noctem talvez tenhamos aqui as duas maiores surpresas deste ano, pelo menos para mim.
Deixem-se levar:




Repuked-Up from the Sewers


Algumas das bandas mais marcantes do Death-Metal dos anos 90 voltaram até nós e por muito que se queira alguns regressos acabam por não ter aquele impacto a que propunham por mais que isso doe ou não nos agrade, muito devido a já quase não existir aquele sentido mais "tosco" que as tornou autenticas lendas vivas, hoje vive-se das produções ultra-tecnicas ou do extremismo sufocante que tão bons resultados nos tem dado nos ultimos anos, no entanto é bom ver e principalmente ouvir que bandas como os suecos Repuked optam por puxar um bocado os ambientes ancestrais de bandas como Autopsy, Carcass ou Abscess sem se preocuparem muito com a tecnica, a produção ou os floreados que levamos mensalmente em muitos trabalhos.
Atenção que com isto não quero dizer que o que se passa aqui é um registo de crueza, maus temas ou algo feito numa garagem com mau som e mau ambiente, nada disso, e se alguma forma existirem ou se notarem estes aspetos é mais na base daquilo que falei no primeiro paragrafo e naquele som que se ouvia há umas decadas atrás em albuns e que nos dias de hoje se transformaram em classicos.
E tambem não, Repuked não se limita a fazer as coisas simplesmente por fazer ou naquela prespectiva do fazer só porque o estilo está em alta, tambem não creio, nem me soa dessa forma, alias existem aqui musicas que se fossem criadas por bandas mais famosas seriam classicos quase instantaneos (conferir por ex "Nightsoil Drunks")...
Neste segundo album a banda opta por deixar um pouco para trás aquele som mais Crust n´Roll que tanto se sentia na altura e optar mais pela sonoridade mais imensa e interessante vinda do Death sueco que já no primeiro se sentia bastante embora nesse o som cheirasse muito mais a vomitado, coisa que aqui se transformou num nauseabundo odor saido de um qualquer esgoto..
Um album que em pouco mais de meia hora mostra que Repuked mereciam um pouco mais de reconhecimento já que a formula aqui aplicada é extremamente eficaz e bastante mais interessante que por exemplo o ultimo album de Autopsy.
Se ficaram curiosos então explorem este pequeno monstro...acreditem que vale a pena.


Incursus-Adaestuo (ep)


"In these accursed and despised days where most have betrayed and convoluted black metal with death metal influences or progressive meandering... We the forsaken few turn to INCURSUS to eclipse this trend and place us upon total fucking darkness, cast in the shadows of existence where evil lives and breeds in the contemptuous and parasitic glory of mankind. Bow down in supplication to the masters of death, slit your wrists and end yourself, fucking die in triumphant misery to the sounds of total aural chaos; the destruction of man. Adaestuo celebrates humanity's torment and eternal suffering, while prolonging mortification to revel in its emaciating gaze!!! If you place a value on your pathetic consciousness, NON INTRABIT IN LOCO ISTO!!"

Paysage D´Hiver-Das Tor


O Das Tor é provavelmente o album de Paysage D´Hiver mais proximo de Darkspace a meu ver, aliás existem momentos ao longo do album que quase dão a ideia que os estamos a ouvir, ou dito de outra forma mais simples e direta se Darkspace segue a sua jornada cosmica, PD´H é o equivalente a essa mesma jornada, mas aqui as coisas assumem-se dentro e ao longo de ambientes glaciares onde o lado mais invernoso continua a ter um papel preponderante nos sons e principalmente nas imagens que o extremismo sonoro vai levantando.
É um album longo com faixas com a duração media na casa dos quase vinte minutos, o que logo á partir pede alguma dedicação e cuidado porque como sabemos neste tipo de trabalhos tudo é feito para provocar alguma experiencia e vivencia sonora e não para viver do imediatismo.
Os samples colocados pelo meio da sonoridade maquinal apenas ajudam a dar aquele de efeito especial ao longo do filme que se ouve e os riffs cortantes como laminas chegam em alguns momentos a criar um esplendor morbido pela forma como dilaceram tudo que se vai ouvindo, e apesar da produção ser á Darkspace eu continuo a achar que para este genero de som, esta forma de captação continua a ser a melhor, mesmo que soe confuso aquilo que se propoe continua a ser amplamente conseguido.
Aliás o proprio Wintherr não parece muito preocupado em inovar nesse aspeto e até se fica com a ideia que quer trazer algo ainda mais cru para os dominios nebulosos deste projeto ou então isto seria material que teria ficado meio perdido nos ultimos anos e que ele resolveu enquadrar agora na banda para contrabalançar com o atual USBM que de certa forma tambem vive (embora talvez mais indiretamente), daquilo que o musico criou ao longo dos ultimos 10 anos.
É um album que pede um sentimento pessoal muito forte, que procura fazer-nos sentir na pele um desolador estado de fuga e nos deixa completamente perdidos num gelido deserto, olhamos para cima e as estrelas brilham para sempre(Ewig leuchten die Sterne), força do destino (Macht des Schicksals)? Ou isto é a chave (Schluessel) para abrir o tal portão (Das Tor) que fala o titulo do album e nos ser revelado algo?
Façam a viagem....e decidam por vós.

Blood Ceremony-The Eldritch Dark


Costuma-se dizer que o terceiro album para uma banda é sempre a prova de fogo para saber realmente de que fibra se é feito.
No caso de Blood Ceremony sejamos honestos a banda só se tornou conhecida por ter uma vocalista jeitosa na voz e por se viverem tempos aureos (ou não!) neste revivalismo do retro-rock com uma carga de ocultismo á volta.
Digam o que disserem mas até aqui Blood Ceremony eram chatinhos, os e os temas iam alternando entre o engraçadinho e o irritante, porque ou era a flauta que não encaixava ou eram os temas que não tinham a minima consistencia para ficarem a ecoar ou era outra coisa qualquer...pelo menos por aqui as coisas não funcionavam minimamente e foi com algum receio que peguei neste album há uns meses atrás.
Ora bem, aquilo que podiam ter sido mais uma hora perdida com algo que sabia que seria bem mais interessante se fosse aplicado nuns The Devil´s Blood ou Jess And The Ancient Ones, transformou-se estranhamente num dos albuns que talvez mais tenha ouvido este ano.
É que tudo mudou, dando a ideia que ou a banda vendeu á alma ao Diabo (no bom sentido) ou então os fumos ou acidos que talvez tenham consumido durante a feitura do album eram de "excelente qualidade" e como todos sabemos isso em certos aspectos ajuda imenso, ja o Bill Hicks o dizia..
Brincadeiras á parte o The Eldritch Dark é de facto um album que mostra finalmente uma banda madura e com capacidade de ombrear com os nomes que geralmente estão na liderança deste movimento atualmente e o mais engraçado é que se fica com a ideia que aqui tudo foi feito de uma forma bastante simples e quase natural onde até mesmo os momentos da flauta soam vibrantes como nunca tinha acontecido nos albuns anteriores.
O feeling anos 70 está como é logico presente e os temas é quase impossivel destacar um ou dois já que todos eles são de uma qualidade acima da media e onde se consegue fazer o equilibrio perfeito entre a melodia e a jam rockeira que poderia ter saido de umas noites passadas a ouvir The Doors/Coven/Black Sabbath em modo continuado (conferir a faixa titulo sff) sem cair no quase ridiculo que por vezes se ouvia nos albuns anteriores.
Destaque claro para a voz da Alia O´Brien que aqui tem momentos absolutamente deliciosos que deixam um rasto de feitiço a pairar no ar, comparaveis a uma especie de encantamento que nos deixam petrificados perante tamanha bruxaria presente nas musicas.
Aquilo que poderia ser á partida mais um album maricas, transformou-se num dos mais estranhamente viciantes albuns deste ano..e se não acreditam ouçam só por exemplo a "Drawning Down The Moon" a "Witchwood" ou o bizarro misticismo dos oito minutos da "The Magician".
Bruxaria?
Talvez, mas que isto resultou á terceira tentativa lá isso resultou e é isso que importa mesmo que seja apenas bruxaria ancestral levezinha comparado com aquilo que ás vezes se mostra por aqui...
Recomendo!



Medicamentos




Não tenho colocado aqui nada, por isso vai o que chegou na ultima semana:
Celeste (2), Bolzer, Cruciamentum,Carpe Noctem, aNgreNOST, Cult of Erinyes, Into Darkness, Knelt Rote (2), Ogdru Jahad, Thee Maldoror Kollective, Drowned, Coffins...

Grave Upheaval- s/t

Grave Upheaval’s debut LP is far more than a mere extrapolation of the work featured on the band’s exceptional 2010 demo and its two subsequent split EPs. Listening to this LP cannot be a passive experience; Grave Upheaval constructs an environment within which the listener is subsumed. The tracks on this album are ominous and oppressive. Inverted tempos and deliberately washed out production contribute to the creation of what may arguably be the most atmospheric Death Metal album to date. Stylistically, Grave Upheaval belongs to the camp of Australian bands that includes Portal, Impetuous Ritual, and their progeny. While those bands tend to exhibit a certain technical virtuosity that occasionally renders the music uncomfortably abstruse to more orthodox listeners, Grave Upheaval revel less in technicality and more in the cavernous darkness of impenetrable walls of repetitious and discordant guitars. The accentuation of ambience rather than technique is Grave Upheaval’s greatest strength and makes the music immediately arresting to the listener without the need to engage in repeat listens before it even begins to set in. The songwriting and performance on the album is primal and severe, while the exquisitely disorienting haze in which the songs are drenched produces a hallucinatory effect. Forms emerge and retreat into the sonic miasma producing a textural richness rarely achieved in Death Metal. As with the band’s prior releases, the presentation and conceptual underpinnings of the band’s work are obscure – alluring, but always remaining just out of the reach of cognition. The album and the tracks on it are nameless and the photographic artwork adorning the release is evocative and abstract. The standard version of the release contains three LP sides of music and is encased in a gatefold jacket featuring an 8-page 12” x 12” booklet adhered to the right gatefold panel. The Die Hard edition features a fourth side containing an additional track as well as a wooden slipcover branded with the Grave Upheaval sigil, 36″ x 50″ tapestry, and sticker.

With the End in Mind-Thresholder (ep)


Todos sabemos que dentro do Cascadian Black Metal muito se vive dos ambientes e dos samples e com o passar dos anos o estilo inicialmente trazido por Wolves In The Throne Room começa a dar sinal de alguma fraqueza seja ela estetica seja ela de qualidade sonora, já que tudo tem uma estranha tendencia para soar igual, culpa claro está dos milhares de musicos ou pseudo musicos que em vez de usarem a cabeça se limitam a transpor quase literalmente aquilo que de mais interessante se fez, poucos exemplos sobram este ano que diferem ou trazem algo de encantador.
Mas não é o caso destes WTEIN, banda ou melhor projeto de um só musico norte americano que consegue mostrar neste ep que ainda vão surgindo boas coisinhas em algo que parece estar a ficar com uma fragilidade quase mortal.
São 3 faixas que percorrem o tal USBM de tendencia florestal mas aqui com uma fortissima sonoridade ecologica e a dados momentos quase a roçar algum Post-Neo-Folk com interludios acusticos, vozes femininas e samples que adensam a sonoridade em algo completamente viciante e que dá um enorme prazer ouvir principalmente durante a noite.
Misticismo, beleza, viajem, escuridão é o que ressalva mais deste curto ep, e que deixa excelentes indicações para o futuro, um projeto a ter muito em conta na minha opinião.
Recomendado, muito mesmo e podem ouvir ou sacar aqui:

Oathbreaker-Eros|Anteros


Pertencer ao movimento Church of Ra é logo á partida um ponto extra para Oathbreaker se formos a ver bem as coisas de uma forma séria e o album anterior confirmava isso mesmo, porque apesar de ser um album interessante a banda ficava a meio caminho e vivia da dualidade vocalista jeitosa inserida na tendencia Postcore que tanto sucesso tem feito nos ultimos tempos com a fama que a seita criada por Amenra agregou nos ultimos vá lá dois anos.
O novo album poderia vir a desfazer todas as duvidas que pairavam sobre a banda da Caro e acabar de vez com uma suposta ideia que a banda não iria sair do seu conforto e viver daquilo que "está á volta" porque bem vistas as coisas quase que chegava, não num sentido meio hype como poderá parecer mas simplesmente para deixarem de ser um projeto de um dos membros de Amenra para uma banda com cabeça tronco e membros.
E o resultado na minha opinião é mesmo este ultimo já que a banda conseguiu inovar sem com isso deixar as raizes do primeiro registo longe daquilo que mostram neste Eros|Anteros.
Basicamente é um apanhado com contornos individualistas que vai desde a cada vez mais notoria influencia vocal de uma Julie Christmas até á colossal sensibilidade musical de uns Amenra nos momentos mais introspectivos para acabar em descargas de crueza niilista vindas do primeiro album.
O resultado é bastante positivo já que mostra uns Oathbreaker capazes de sair do seu nicho cultural e ganharem espaço num estilo onde o termo melodia vs agressão ás vezes não deve viver somente da banalidade destes termos, mas sim transforma-los em algo que se sinta verdadeiramente e aqui os belgas conseguem-no de uma maneira bem forte.
Não nego que ter uma vocalista ajuda, mas talvez seja por isso mesmo que esta violenta sensibilidade musical soe tão palpável e de uma forma tão intensa e me tenha levado a trazer ao texto o nome da Julie em cima, que é das vozes que melhor consegue conjugar aqueles pontinhos mais exteriores á musica e faze-la soar de uma forma tão sufocante..
Basicamente um excelente album que os leva onde realmente ou aparentemente devem estar hoje em dia, é que já não bastar parecer, à que se-lo e principalmente demonstra-lo de alguma maneira e o E|A faz-o como poucos dentro do estilo nos ultimos tempos.

Carpe Noctem-In Terra Profugus


Islandia.
Sinceramente não sei o que se passa atualmente naquele pequeno país, mas cada vez surpreendem mais dentro da musica extrema, já não bastavam os casos de The Wormlust, Svartidaudi, Gone Postal etc, etc e ainda temos que ser violentamente massacrados por uns aparentemente desconhecidos Carpe Noctem que surgem com um dos mais grandiosos/majestosos albuns de Black Metal deste ano.
A genese da banda remonta a 2008 e a distancia que nos separa até lá resume-se a varias demos e eps o que até aqui poderia parecer banal e o caminho basico para o crescimento de mais uma banda do Underground tornou-se a meu ver num dos mais espantosos casos de metamorfose musical num estilo que aparentemente está a viver alguma falta de ideias como o é o caso do BM de tendencia morbida e viajante..
O album de Svartidaudi (que esteve presente no top 3 aqui no Asilo no ano transato), parece que veio abrir novamente as portas e janelas aparentemente enferrujadas num estilo onde os clones de DsO e BaN vão surgindo e ressurgindo sem o minimo de sentido ou algo para dizer nos dias de hoje.
No caso de Carpe Noctem essas influencias tambem estão presentes, mais de DsO antigo sejamos corretos, mas a formula usada é quase um perfeito update de um SMRC com o Flesh Cathedral misturado com um estranhíssimo sentido estético que em muito deve a algumas estruturas colossais vindas do Post, principalmente nas partes mais atmosfericas do album trazendo a memoria os efeitos melodia vs horror de uns Cult of Erinyes (por ex), o resultado é completamente delicioso e brilhante transformando as cinco faixas que compoem o album numa autentica viagem nocturna onde somos completamente enfeitiçados para "aproveitar a noite" em todo o seu esplendor..
Black Metal inteligente feito para ser apreciado ao de leve na sua vertente mais "religiosa", onde o lado liturgico aparente não vive do imediatismo lirico mas do lado mais sonoro e musical, pode parecer cliché este tipo de frase mas creio que neste "In Terra Profugus" isto é bem real e leva-nos até lá a baixo sem ser necessario muito teatro ou invocações estereis..
Na minha opinião é um album perfeito, que funde muita coisa as transforma e pede ao ouvinte que se deixe levar, alias nem mesmo a aparente longa duração de algumas faixas se faz notar o que nestes casos é sem duvida um bom sinal.
Resumindo é um dos albuns mais marcantes para já deste ano e um trabalho obrigatorio para quem gosta de BM cheio de carisma e inteligencia nestes tempos onde se copia tudo ela por ela por vezes sem resultados praticos.
Obrigatorio!!

Premonições: Abigor


In depth interview with Metal Obscur focussing mainly on Black Metal as extreme artform rather than presenting the unholy emmanations of Abigor in 2013. featuring 2 exclusive versions of old Abigor songs (chosen by Metal Obscur) that aren´t released in this form yet.
http://metalobscur.com/2013/09/17/entrevue-avec-abigor/
Universe Of Black Divine
Rehearsal may 1995 with Silenius on vocals
Will be released on bonus CD (limited 200 items) to the 7" Supreme And Immortal (soon released on Avantgarde)


Utopia Consumed
With different sound (mastering for LP), unreleased so far.

Imperial Triumphant - "Crushing the Idol" (Video)


Se não conhecem a banda recomendo o album Abominamentvm uma mistura explosiva que anda pelo meio de Impaled Nazarene até Liturgy..sim são referencias meio estranhas, mas é bastante interessante.

Premonições: Cult of Erinyes - “Blessed Extinction”


Belgian Ritualistic Black Metallers CULT OF ERINYES will release their new album,
“Blessed Extinction”October 28 via code666.
“Blessed Extinction” track listing:
(1) From the Shattered Skies
(2) 自爆 (Jibaku)
(3) Unspoiled Beauty
(4) Bipolar
(5) Dissolve into the Stars
(6) Sunken Cities
(7) The Vlasov Notes
(8) Coda
CULT OF ERINYES mainman Corvus recently declared: “Drawing the energy from the darkest thoughts of its creators, Cult of Erinyes intends to evolve in the realms of Black Metal while pushing its limits a bit further. Spawned with the intention to distil artistic audacity into respected traditions, Cult of Erinyes belongs to the forbidden experience, where music is merely a symptom of a higher truth. Ritualistic hymns, vicious and twisted vocals, furious rhythmics and ambient digressions are only a few weapons which make Cult of Erinyes a band to be reckoned with.”
Formed late 2009, the Cult wasted no time, recording its first EP “Golgotha” less than a year later. The EP was released early 2011 through Kunsthauch & Dunkelkunst, as well as on a limited edition tape through Caverna Abismal Records. Insatiable, the band re-entered the Blackout Multimedia studio late 2010 to record its first full-length album with Phorgath (Enthroned, Emptiness). “A Place to Call My Unknown” was released on Les Acteurs de l’Ombre Production around mid-2011 and is almost unanimously revered by media and audiences. After signing a multi album deal with Aural Music’s imprint code666, they entered the Studio during summer 2013 to record their second album“Blessed Extinction”.

One of my fav bands nowdays...to remember:


Premonições- Drowned



Death Karma-A Life Not Worth Living


Poucas bandas me deixaram de queixo caido nas ultimas semanas quando se fala em misturar DM com BM, não no lado mais ambiental da coisa, mas de forma mais extrema e violenta como foi o caso destes Death Karma da Republica Checa.
Com musicos associados a Cult Of Fire o duo pega nos estilos que falei em cima a adiciona uma camada de perversidade que em alguns casos lembra os portugueses Goatfukk e influencias digamos mais proximas do Crust e dá origem ao filhadaputa de um ep que dá um gozo do caraças escutar bem alto..alguns samples pelo meio, uma cover de GG Allin, teclas e riffs peganhentos que vão do movimento mais extremo até ao Metal mais simples é aquilo que nos oferecem e o resultado é delicioso...curtinho mas direto ao assunto sem meias medidas ou jogadas extra.
Um ep que tambem tem tido o seu espaço pelo Asilo e depois a "Dark Omens" é quase o equivalente de como se pode mostrar todo o movimento extremo atual em apenas quatro singelos minutinhos...
Recomendado:



Ancient Crypts-Devoured by Serpents (demo)


Ancient Crypts são uma banda chilena formada por membros de Unaussprechlichen Kulten que surgem agora ou melhor são mais um nome a juntar ao atual oceano de projetos que procuram trazer de novo a aura daquele DM dos anos 90.
Neste caso em particular a banda não segue nenhum movimento ou cena geografica já que aqui ás influencias tanto são invocadas do lado europeu como nos transportam até alguma sonoridade vinda da Florida, o resultado é bastante interessante e os temas têm poder suficiente para vingarem e se erguerem por si proprios sem ajudas externas ou por meios de marketing como acontece em alguns casos atuais.
Se gostam dos agora defuntos Burial Invocation, Asphyx (a demo vem com uma cover deles) ou Morpheus Descends provavelmente vão achar a demo muitissimo interessante e mais uma prova que pelo Chile existe algo mais que os excelentes Wrathprayer..
Confiram Ancient Crypts:

Ogdru Jahad-I


Quando a musica extrema nos dias de hoje começa mesmo a prestar atenção aos mestres do genero acabam por sair albuns que mesmo passando ao lado de toda a gente são autenticos compendios de reciclagem doentia com uma carga de demonismo absolutamente brilhante.
É o caso dos dinamarqueses Ogdru Jahad, projeto silencioso que se tornou por aqui nos ultimos tempos numa especie de entidade de culto pelo menos uma vez por semana.
Quando falo em culto, não se trata como poderá parecer á primeira vista de mais uma missa negra sonora carregada de liturgias e cantigos para acender umas velas, num sentido literal, aqui as coisas funcionam de forma mais perversa, demoniaca de cadencia repetitiva e gerada numa espiral de insanidade ou não estivesse a loucura do horror literario do HPL presente e crucificada com a cristandade.
Adoração total ao legado atual e não atual de nomes que vão de Blasphemy, Beherit, VON até aos lideres Black Witchery é aquilo que Ogdru Jahad nos oferecem em bandejas de podridão e em calices de sangue mal cheiroso originando um autentico banquete seguido de uma orgia onde se fodem todos os santinhos e anjinhos presentes no paraiso..acabando tudo num autentico massacre carnal celestial, alias o titulo da ultima faixa "It´s Done" acaba por exemplificar toda a heresia libertada até ali.
Um album que é de uma intensidade estranha e com uma aura absolutamente demoniaca como não é muito usual ouvir nos dias de hoje ou pelo menos retratada de uma forma tão magnetica que nos puxa totalmente e dá vontade de fazer coisas más ás congregações do criador espalhadas por ai..
Intenso muito intenso e quando ouvido em demasia poderá provocar alguma demencia fisica e espiritual que nos arranca todo e qualquer sorriso palerma da cara.
Obrigatorio e talvez o nelhor antidoto para o proximo album de Inquisition....praise satan, share death!


Navajo Witch-Skinwalker


Fumo, indios e bruxas!
Se Stonehelm, Weedeater e Crowbar se fundissem numa banda provavelmente soariam assim, algo mais a dizer?
Provavelmente não, ouçam bem alto que vale a pena.

Abriosis-Vessel


Com o regresso em força do DM é natural que o lado mais tecnico do movimento tambem seja levado um pouco de arrastão dentro da febre atual e depois os monstruosos regressos de Ulcerate e Gorguts ainda vêm aprumar mais as coisas para a coisa..
No caso dos canadianos Abriosis a coisa funciona um bocado assim, Death tecnico e extremo com algumas passagens que fazem lembrar alguns dos mestres do genero, onde se misturam ligeiras dissonancias e o peso se transforma num rolo-compressor que esmaga tudo á sua passagem.
É um ep curto de quatro faixas que acaba por se assemelhar a um murro nos olhos com alguma complexidade ajudado por uma boa produção que ás vezes falha neste tipo de registos.
Destaque tambem para a vocalista Alxs Ness que aqui se mostra pela primeira vez ao comandos da maquina canadiana e que parece ser uma das vozes femininas dentro da musica extrema mais interessantes que ouvi nos ultimos tempos e que encaixa de uma forma bastante natural tanto a solo como em alguns duetos vocais presentes ao longo do ep ..
Resumindo um ep bastante interessante de uma banda que poderá ainda demonstrar muito mais aquilo que vale...alias basta ouvir com atenção uma faixa como a "Peering Into Oblivion" para se ficar com a quase certeza que se está presente algo especial, já que a formula DM tecnico quase a roçar a brutalidade do Death-Core soa a tudo menos a coisa esteril na minha opinião.
A seguir com alguma curiosidade.

Nordløst-Collapse

A Estonia nunca foi particularmente conhecida por grandes movimentações dentro da musica extrema, mas estes Nordløst conseguiram captar um pouco a minha atenção, trata-se de um projeto criado pelos musicos  M. Kittask e T. Tomberg, que nesta curta amostra dada pelo Bandcamp demonstram que existem muitas boas ideias dentro daquelas cabeças..
São duas faixas que compoem este ep (lançado em registo "name your price") que podem não trazer nada de novo ao movimento Post qualquercoisa, mas que me soaram bastante bem, principalmente pelo ambiente gerado ao longo dos pouco mais de 15 minutos de duração..as influencias são notorias e remetem-nos um pouco para aquilo que bandas como Callisto, Isis ou uns KWC fazem ou fizeram num passado não muito distante.
Musicalidade que capta a atenção e onde a tal "atmosfera" dá uma tonalidade bastante fria e vibrante aos temas transformam este "Collapse" numa curta mas ao mesmo tempo colossal obra que acaba por surpreender bastante, uma banda a ter em atenção nos proximos tempos se gostam deste tipo de jogadas musicais, ficam aqui os temas...enjoy.

Capsule- [ A ]


Banda com ligações a Kylesa neste caso o baterista Eric Hernandez, imaginem algo entre (começa a ser meio banal) Mastodon e Kylesa....
Peso, alguma distorção e aquele groove sludgy caracteristico destas sonoridades diluido pelo meio..uma a banda a ter em atenção nos proximos tempos.