Icon of Phobos-Icon of Phobos


Este album se tivesse sido ouvido antes certamente entraria para a minha lista de bons albuns que foram editados durante o ano passado, não foi, não entrou mas vai merecer aqui umas palavrinhas.
Mesmo correndo o risco de serem inseridos dentro do atual caldeirão de bandas de Post-Vanguardista ou algo que lhes valha por virem dos US, os californianos Icon of Phobos são tudo menos uma banda convencional e nem precisam de ramificações ecologicas, estarem no meio da cordilheira Cascadiana ou vestirem aquelas "fardas" meio Hypster vs Grunge que parecem ser nos dias de hoje uma especie de corpse-paint visual para muitas das novas bandas...
Dito isto aquilo que Icon mostra neste primeiro trabalho é um excelente conjunto de temas demoniacos com inspiração vinda de nomes como DsO, embora não conseguindo ainda criar aquele efeito misterioso que os franceses emanam, o nivel musical aproxima-se muito dos melhores momentos que já ouvimos nestes ultimos anos vindo do Underground francês ou nordico o que por si só já demonstra o poder do material aqui contido.
Numa altura em que as bandas americanas de BM tanto as mais conhecidas e menos conhecidas parece que só sabem criar algo sacado de uns Wolves in The Throne Room, sabe bem sentir que projetos novos como este, Avichi, Ash Borer ou a mente alucinada do Wrest continuam a dar a sensação que o estilo continua a evoluir e retroceder em doses certas conseguindo acertar em cheio naquilo a que se proproem.
Aqui Icon of Phobos, destaca-se sobretudo pela forma como absorvem muito do BM de sentido mais ortodoxo e o transformam em algo que percorre nomes como Watain isto se tocassem um pouco mais lento e não continuassem tão vidrados em Dissection e principalmente em DsO e Blaze of Perdition.
Não que isto seja uma avalanche de dissonancia tecnica ou algo totalmente abstrato musicalmente, existe bastante melodia morbida, um excelente registo vocal por parte do E.R.M. que lembra bastante a tonalidade sinistra de um Aspa, os temas conseguem soar sinistros o suficiente para nos manter de olhos e mente bem aberta desfazendo o som numa espiral quase alucinante de sensações tão vibrantes que se tornam numa especie de ecos que ficam a bater durante uns tempos á medida que se vai descobrindo o album.
Um trabalho que certamente irá fazer as delicias de personagens que continuam a acender velhinhas enquanto ouvem obras mestras como SMRC, um Salvation ou um Dödens Evangelium o unico senão aqui se é que se pode dizer isso é o não uso de samples religiosos, algo que a meu ver talvez ainda acrescentaria mais densidade á negritude deste album..é que uma faixa como a excelente "Misogyny in the Flesh" se tocada daquela maneira tão simples consegue soar aos meus ouvidos daquela forma nem quero imaginar como ficaria com uma dose certa de esteroides satanicos lá pelo meio.
Recomendadissimo.

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