Bölzer - Hero


Aqui há uns anos atrás, numa das minhas deambulações pelo "maravilhoso" mundo do "Underground cibernético" (é engraçado o termo), veio até mim uma faixa de uma nova banda suiça que caiu quem nem uma bomba e, mesmo sendo a banda praticamente desconhecida, essa faixa tornou-se numa espécie de terapia diaria para quase todos os males...
A faixa em questão chamava-se "Entranced by the Wolfshook" e a banda era a de uns tais de Bolzer, que rapidamente se tornou em algo tão assustador quanto, de certa forma, cativante, a ponto de me levar a espalhar aquilo por quase todos os sitios onde andava, como se de um virus se tratasse.
Extranhamente ou não, parece que o efeito bola de neve não me atingiu somente a mim, mas muitos a mais por aí e, de repente, o duo suiço surge como uma espécie de novos messias da música extrema, algo que se confirma no ainda hoje arrepiante ep de estreia "Aura"...
Estava assim lançada a semente de um monstro sonoro de proporções épicas que, mesmo com a semi-desilusão chamada "SOMA", recupera agora aquilo para que estão forjados, ou seja, para serem um dos projetos mais originais e intensos dentro do Metal, não só dos últimos anos como, arriscaria a dizer, da última decada.
A fórmula usada neste trabalho, que curiosamente é o seu primeiro longa duração, é inteligente e vai beber influências aos mais variados estilos e tendências, não abandonando a sua base primordial, seja a nível lírico, onde a mitologia nórdica é uma constante, ou na forma como absorve todo o carisma que transforma bandas em algo místico e que acaba por nos reduzir a nós, os ouvintes, a pequenos átomos perdidos no seu universo sonoro.
Curiosamente, as opiniões vão-se dividindo, uns porque a banda, por vezes, soa como uma osmose dos próprios Bolzer com Mastodon antigo e onde a alma do Lemmy assombra a cada esquina, outros porque a banda se tornou-se ainda mais refinada e ainda outros que preferiam que eles continuassem a ecoar na caverna.
Mas, na minha opinião, tudo aquilo que aqui se ouve não é mais que o seguimento lógico do projeto. Se ouvirmos com atenção, tudo o que os separa do resto continua bem vivo: os riffs continuam a deixar marca e a provocar arrepios, a forma como KzR usa aquelas mãos tanto nas partes mais extremas como em momentos perigosamente próximos de alguns albuns "malditos" (conferir The Archer e a Chlorophyllia, por exemplo), já para não falar no imponente trabalho de bateria criado pelo HzR que quase por si só já valeria uma escuta do album.
Tudo isto ganha ainda mais beleza, quando por detrás da produção do álbum estão nomes como o Vantura (Triptykon) e o Arioch (SoTM), que continuam a transformar em ouro quase tudo onde tocam... ou quando se tem o Sturla de Svartidaudi como vocalista numa das faixas.
Resumindo, um álbum absolutamente fantástico, viciante, que cresce a cada audição e que nos faz sentir vivos!

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado pela sugestão. Não conhecia e nao sou propriamente um grande conhecedor/apreciador de Death-Metal, mas fui cheirar a discografia destes senhores e fiquei fã.

::ZyK:: disse...

É para isso que o blog serve.
Conhecer e dar a conhecer coisas que considero relevantes dentro do movimento atual.