Craft-VOID


Se Deus fez o mundo em Seis dias e ao Setimo dia descansou, os suecos Craft destruiram tudo em apenas 5o minutos.
Quem conhece a banda sabe que aquilo estas criaturas são capaz e mesmo não sendo (e de certa maneira ainda bem) um nome enorme no estilo, continuam suavemente a deslizar facas pela face de quem tem o prazer de os encontrar pela frente..
Este é o quarto album da banda e aquele que a meu ver consegue captar toda a maldade e crueldade que a banda sempre invocou para si.
O lado misantropo que sempre esteve explanado na sua sonoridade aqui ganha contornos ligeiramente diferentes conseguindo entranhar-se de uma forma ainda mais perversa á medida que vamos explorando o album aos poucos..
Não é um album totalmente facil e até poderá deixar um sabor estranho ás primeiras escutas soando meio banal, mas isso acaba por ser enganador.
Os riffs e os proprios temas são complexos e a adição de tonalidades mais ortodoxas ainda conseguem criar mais tensão aos temas como o que se sente ao ouvir em musicas como na The Ground Surrenders, mas ao dizer isto não esperem encontrar aqui mais um clone de DsO e afins que perdem tempo a tentar explorar a estranha perfeição dos franceses.
È que a banda tambem se diverte a degolar estruturas quase similiares as que os Ascension ou os portugueses Goatfukk tão bem definem, embora aqui é claro com o tal toque de malvadez unico de Craft, o primeiro avanço conhecido do album Succumb To Sin ou a fodida I Want To Commit Murder transparecem um pouco isso.
Digamos que isto é um daqueles albuns que valem pelo seu todo, que merecem ser escutados nem que seja para se sentir de que forma a musica pode sugar, deixar tudo seco á volta e transformar uma simples hora em algo muito feio..
Se acham que é demasiado, experimentem colocar a Bring On The Clouds seguida da Void a tocar em total escuridão e se aquilo não vos provocar suores frios, sinceramente acho que andam a ouvir a musica errada..
Aquilo que aqui se ouve é BM do mais fiel e sentido que o estilo pode oferecer hoje em dia, melodicamente perverso, misantropo como só estas criaturas sabem fazer e fascinante o suficiente para vos virar o cerebro ao contrario e para isso nem precisam de fazer algo supostamente vanguardista, basta apenas puxar o lado mais obscuro do Homem e isso meus caros é algo que Craft tão bem sabe fazer!
Deixem que a Serpent Soul se enrole na vossa alma e vos deixe agoniar um pouco...afinal fartos de delicadeza andamos nós todos cheios!
Para já leva o premio de melhor album de BM do ano, por estes lados.
..............An abyss with a serpent soul..................

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