Liturgy-Aesthethica


Ora bem por onde começar?
Tudo aqui é visto meio ás avessas, desde a imagem até ao que se ouve e se ao olharmos para a simples capa e para a imagem da banda (está certo este aspeto não deveria contar para nada, mas é impossivel não falarmos dele) isto remete para tudo menos para o som que praticam ainda mais com esta frieza e ambiente.
Sim Liturgy são uma banda de BM (bem mais ou menos), daquele fodido inspirado pelos nomes mais agrestes da Noruega e sim tambem têm a mania que são uns "iluminados".
Depois disto quase que bastava para ficarmos com as orelhas no alto e com os sentidos supostamente álerta, mas será que é mesmo assim? Ou será que estas polemicas todas algo furiosas que tanto têm de "hate" como de "hype" não passam de simples jogadas para os fazer chegar um pouco mais além?
Bem é uma mistura de tudo na minha opinião, confesso que me agradou bastante o primeiro album destes nova-iorquinos e estava um pouco expectante para re-ouvir esta estranha abordagem musical que os gajos criam na sua musica.
Atualmente muitas bandas do lado negro vão buscar inspiração a muita musica que pouco ou nada tem a ver com o estilo e mesmo assim conseguem obter bons resultados, basta lembrar o caso do atual Post-BM, mas será que o oposto é possivel?
Será possivel uma banda de inspiração indie-experimental se transformar numa bomba de efeitos praticos onde se aplicam as leis do lado extremo, se desconstroem temas e se consegue ambientes que lembram certos cultos negros?
A pergunta é feita e a resposta é dada neste "Aesthethica", que é sem duvida um dos abuns mais intensos, brutos e criativos que ouvi este ano e mesmo parecendo estranho a banda não só se re-inventa como consegue mesmo ir mais além nas tendencias inicialmente exploradas no primeiro album.
Isto supostamente são dois albuns unidos num trabalho só, onde a banda inicialmente se atira de cabeça para o lado mais bruto e irreal misturando o riffs e batidas do USBM fundido-as na perfeição e em jogadas de mestre que bem podiam ser criadas por uns Sonic Youth, ok soa muito estranho não é?
Escutem com atenção faixas como a excelente "High Gold", a indie "Returner" por exemplo.
Sendo um lado mais aberto quase um contraste em termos de som onde se exploram apesar das ideias fortes continuarem a ser o BM, territorios mais amplos por vezes indo buscar influencias a uns Pelican (por ex) sendo depois esmagadas no meio daquela enxurrada de frenetismo extremo originando uma sonoridade que quase entra em algo que lembra sei lá uma especie de Folk mais extremo onde os riffs e jogos de guitarra se assumem-se na sua plenitude e envolvem tudo num quase terrorismo sonoro, onde a insana "Red Crown" está na linha da frente e a envolvente "Generation", nos faz remexer os sentidos quase impulsivamente.
O Post-BM como o entendemos hoje é um labirinto de sons muitas vezes explorando unicamente o lado suave da musica, mas Liturgy aqui praticam precisamente o oposto do genero já que se inspiram no lado extremo e o puxam até si, porque bem vistas as coisas esta não é nem pode ser vista como uma banda normal.
Não sei bem o que pretendem explorar a nivel lirico (talvez não passe tudo de uma brincadeira), mas uma coisa é certa a nivel de sonoridade este album é no minimo arrasador sejam fans de BM americano ou sejam simplesmente adeptos de coisas "estranhas e novas".
Por mim adorei o album, achei-o tanto irritante como fascinante uma estranha mescla de sensações que acreditem não vão deixar ninguem indiferente e conseguindo isto que mais se pode pedir um album de uma banda da nova geração?
Quebrar barreiras?
Eles não só as quebram como as desfazem em 666 pedaçinhos ou então não!
Recomendado.
http://media.villagevoice.com/6178025.0.mp3 ("Generation" mp3)

2 comentários:

Anónimo disse...

Link morto :/

Sethlad disse...

<3