True Widow-As High As The Highest Heavens And From The Center To The Circumference Of The Earth


A musica como arte, ultrapassa todas as barreiras sejam elas extremas ou simplesmente mais "comuns", mais, quando essa forma de arte se envolve com a nossa vida ou prespetiva mundana nada mais se pede a não ser..deixar as coisas fluirem.
Serve esta introdução assim meio cliché, para definir de uma forma completa o espetacular segundo album dos texanos True Widow, banda formada por 3 musicos que parecem ter o toque de Midas na ponta dos dedos, isto a julgar no que se ouve nesta enormissima obra de arte musical.
Trata-se do segundo album (confesso que não ouvi ainda o primeiro), mas esta deliciosa proposta tornou-se num dos trabalhos mais tocantes que ouvi até hoje.
Talvez a sonoridade seja algo afastada de muitos dos que aqui caiem, mas se explorar-mos bem o ADN da banda talvez não seja assim tão distante daquilo que por vezes aqui se fala e mostra.
Com o esqueleto musical incorporado no Indie-Rock a banda consegue ganhar um bizarro músculo porque em vez se seguir o lado mais obvio deste movimento adiciona por cima dos temas estranhas camadas totalmente inspiradas no Sludge mais suave envolvendo-as de seguida com aquele eco sonoro a que vulgarmente se chama shoegaze, originando uma sonoridade que acaba por se tornar original.
Algo como se o ultimo album de Kylesa fosse tocado por uma banda saida da editora 4AD ou os Om ou Jesu se tivessem entretido a explorar á sua maneira bandas e musicos como The Angelic Process ou David Galas de uma forma mil vezes mais...vamos dizer relaxante.
Não sei se conseguem visualizar as coisas desta maneira mas é o que acho que se faz aqui, um absorvente e intenso trabalho que explora muita coisa diferente entre si mas com resultados brilhantes.
O peso de uma "Doomster" choca de frente com peças de uma beleza arrasadora como são o caso da "Skull Eyes" ou "NH", mas se por um lado temos este jogo de musicalidade quase oposta o que dizer ao que se ouve na "Night Witches" onde se trás de volta o legado de uns Sonic Youth.
È nestes pequenos pormenores que o album ganha muito e a propria banda sabe bem o lamaçal que está a pisar e os caminhos que está a seguir porque a forma como encaixam o puzzle aqui dá origem a uma estranha magia com muito misticismo á volta.
Destaque tambem para o delicioso trabalho vocal dividido entre o Dan Philiphs e a Nicole Estill, mesmo sendo o lado masculino o mais usado aqui quando a baixista entra em ação (seja na primeira linha ou nas backing vocals) a banda parece que entra numa especie de transe musical onde os instrumentos parecem dançar enquanto a menina Estill vai sussurrando as suas linhas vocais de olhos focados no chão..
Musicalidade pura e envolvente que não deixa ninguem indiferente á sua passagem..som que vagueia entre o outonal e o primaveril mas que deixa uma brisa fresquinha no ar como aquelas que se sentem no final daqueles quentes dias de verão.
Obrigatorio!

2 comentários:

Unknown disse...

Quando tudo me leva a pensar que a cena musical está completamente saturada eis que surgem bandas assim.. True Widow de facto tornou-se rapidamente uma das minhas bandas favoritas, este shoegaze meio "drogado" é a banda sonora ideal para aqueles dias cinzentos e enevoados de Inverno.. Se o 1º álbum me arrebatou completamente, este 2º superou demais as minhas expectativas, se continuarem a elevar assim a fasquia...

::ZyK:: disse...

Ainda não ouvi o primeiro a ver se trato disso...este aqui foi "amor á primeira escuta" e comprei logo o album.
Realmente uma das mais interessantes propostas deste ano na minha opinião.