Obscure Sphinx-Anaesthetic Inhalation Ritual


Quando se soltam as primeiras notas deste "Anaesthetic Inhalation Ritual" nada indica que se está prestes a iniciar uma das mais interessantes viagens pelo movimento neurotico dos ultimos tempos.
Vindos da Polonia, os Obscure Sphinx são um quinteto liderado pela vocalista Wielebna que lancam agora o seu primeiro album, mostrando ao mesmo tempo que afinal por aqueles lados nem só Blindead merecem atenção.
Afirmando-se como uma das jovens promessas europeias mais interessantes do momento para fazer frente a alguns consagrados do estilo e mesmo estando o mesmo a dar já sinais bem evidentes de algum estagnamento, os Obscure Sphinx conseguem criar um registo com um impacto brutal.
Situando-se no meio de uma tempestade sonora que se move entre uns Battle of Mice com ambientes explorados por Cult of Luna e nos extremos Overmars a banda vai desenvolvendo a partir daqui a sua sonoridade, não deixando no entanto de entrar ou melhor criar autenticos tornados mais progressivos que parecem ir beber influências a nomes tão dispares como Tool, Meshuggah, Admiral Angry ou Minsk, gerando uma amalgama de sons que nos vai envolvendo e deixando num estado sufocante á medida que somos expostos diretamente a estas opostas radiações musicais.
A maneira como a banda consegue aplicar todos estes ambientes e transforma-los em algo proprio acaba dar um toque de genialidade ao album, obrigando o ouvinte a estar focalizando naquilo que vai saindo das colunas e atento aos deliciosos pormenores que vão sendo emanados do album.
Para além da fantastica instrumentalização aqui presente não posso nem quero deixar passar em claro o demente trabalho vocal da vocalista Wielebna (Zofia Fras).
Imaginem a Julie Christmas fechada dentro de um hospicio e a precisar desesperadamente de um exorcismo e a beira do abismo..isto apenas para terem uma pequena ideia da maneira como a vocalista aplica aqui o seu registo vocal.
Atraves de uma sensibilidade insana, melancolica e por vezes agressiva a menina vai deixando um rasto de sangue á medida que declama cada palavra e cada berro invocando á sua maneira uma Karen Crisis ou uma Otep (dos velhos tempos), embora com as devidas distancias como é logico, encaixando-as no tal registo mais psico que falei em cima.
Faixas como a imensa "Paragnomen" ,"Nastiez" (que arrasa tudo á volta, depois da brisa inicial que é a "AIR") ou a espantosa "Eternity" são talvez do melhor que se pode pedir hoje em dia dentro deste estilo..
Embora o album tenha e deva ser visto como um todo, aliás penso mesmo que isto tem ares de ser uma obra conceptual, estas faixas assim soltas têm o condão de fazer o tal click necessario para se ir ouvir o resto..
Na minha opinião isto é excelente mesmo, uma viagem que percorre os caminhos espinhosos do Heavy-Sludge mais focalizado no lado Progressivo e onde vai caindo um chuva acida de ambientes Post-qualquer coisa.
Recomendado.

1 comentário:

Nego Doido da Bahia disse...

Essa moça aí não chega nem a 1% da insanidade vocal da Julie Christmas. Sério mesmo. Não aguenta nem 1 minuto de porrada com a Julie.