AmenRa-V

Os belgas AmenRa tem construido uma carreira desde 03 que me tem dado um prazer enorme seguir.
Tambem não vou dizer que a fixação começou logo ai, já que o primeiro contacto que tive com a banda foi aquando do lançamento do (ainda hoje) fascinante III continuando depois com um dos albuns que considero mais incriveis feitos até hoje dentro das sonoridades extremas, falo claro do IIII.
Estes dois albuns são daqueles tesouros que goste-se ou não daquilo que fazem ou exploram são essenciais em qualquer coleção ou pelo menos deviam ser obrigatorios ouvir nos dias de hoje.
È sabido tambem que aquilo que se retrata naquele universo muito deve aos territorios explorados por uns Cult of Luna dos primordios, mas a forma como o quintento belga sobe dar um novo folego a um estilo que era marcadamente mal aceite , não só transformou a banda como originou uma autentiva erupção sonora que atingue neste V um esplendor que fecha o passado, faz um resumo daquilo que os musicos tambem exploram noutros projetos como cai de uma maneira algo perigosa nos terrenos pantanosos que geralmente os copycats de Neurosis tentam criar.
Sim, dito isto o V é o album mais intimista da banda até hoje, o mais pragmatico e aquele que podia dar ainda mais fulgor a uma carreira que roça a genialidade, não num sentido banal, mas no verdadeiro sentido da palavra, só que a banda tem aqui momentos que parece á procura de algo.
Primeiro a tal aproximação á sonoridade dos mestres de Oakland que afoga aquele lado mais violento e intenso que a banda tão bem criou no ultimo IIII e que ao longo destes 4 temas se transmite de forma diferente transformando a envolvencia que acaba por não ser a mesma.
Mas lá está como disse em cima talvez as coisas se devam a tal "liberdade" que musicos aqui parecem ter para trazer os seus outros lados, sejam eles mais fechados neles proprios ou mais ambientais.
E por falar no ambiente, achei curioso em algumas partes dos temas serem tão visiveis/audiveis as influencias de Tool, a À Mon Âme é um bom exemplo do que falo, eles que sempre foram uma influencia da banda, aqui realmente assumem de uma forma bem viva esse aspeto, optando por quase largar aquele efeito sufocante do passado.
De todos os temas o unico que realmente faz um flashbak em relação ao resto é claramente o Nowena I 9.10 ,onde se assiste a um dueto tenebroso entre o Scott Kelly e Colin, sobrepostos nos espasmos das guitarras e aquela batida ritualista tão caracteristica da banda..e um album acabar assim depois do que se ouviu até aqui acaba por criar um efeito meio, "já acabou?!" .
O album em si, talvez não provoque aquele efeito de brilho nos olhos que realmente se esperaria para quem os conhece minimamente, mas tambem não soa assim deslocado da sua carreira apenas dá a ideia que parecem querer começar de novo e talvez a seguir outros caminhos, só o futuro dirá que é uma boa cartada ou não, agora que estão numa editora com outro tipo de prespectivas artisticas e com um nome que já está em cima no que diz respeito a este universo.
Talvez tenha sido a melhor opção, não sei, e se estava expectante para o ouvir agora muito mais fiquei para ver/ouvir e perceber o que a banda fará a partir de aqui..
Fica aqui o video da Nowena I 8.10...(outra influencia de Tool):
(É a "I", será que isto é esse tal inicio?)

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