Panic Room: Disincarnate


O "Dreams of the Carrion Kind" dos norte-americanos Disincarnate continua a ser para mim um marco dentro da musica extrema e um dos albums mais poderosos alguma vez saidos da Florida.
Com data de 93 esta banda era nada mais nada menos que um projeto liderado e idealizado pelo guitarrista James Murphy (nas gravações é tambem responsavel pelo som sismico do Baixo).
O musico em questão não era propriamente um desconhecido do movimento, já que trazia no curriculum contribuições com os britanicos Cancer e com os miticos Death e Obituary.
Com estes ultimos participou naqueles que eu considero como os melhores albuns das bandas, falo claro do Spiritual Healing e do Cause of Death.
Para além do Murphy, a formação contava tambem com os desconhecidos Bryan Cegon na voz, o Jason Carman nas guitarras e o Tommy Viator de Acid Bath e Astaroth na bateria.
Com a formação criada e album gravado em Inglaterra produzido por um cada mais influente Colin Richardson (Napalm, Carcass, Fear Factory), a RoadRunner encarrega-se de mandar o album para o circuito, na altura o selo RR era sinonimo de qualidade extrema e a editora mais á frente no que concerne ao Death-Metal.
O album em si é como disse um marco e um dos pilares do estilo que se estendeu até aos dias de hoje.
São 11 faixas de Death-Metal tecnico, brutal, direto e que tinha com um dos pontos mais fortes conseguir misturar o som sufocante da florida com um certo arrastamento Doom que comecava a florescer na Inglaterra, embora sem se deslocar muito da sua base natural..Aliás não é a toa a participação do Aaron de My Dying Bride na faixa "Monarch of the Sleeping Marches".
Para além do Aaron, no album tambem se pode ainda ouvir um "dueto" entre o John Walker de Cancer e o vocalista Brian Cegon na espetacular "Beyond The Flesh".
São 47 minutos do melhor que se pode pedir dentro do estilo e um dos mais intensos trabalhos instrumentais jamais criados dentro do DM vindo da Florida, principalmente nos duelos de guitarras e na voz, sendo que poucos albuns na minha opinião conseguem soar de uma forma tão perceptível e tão monstruosa como este.
Daquele movimento (e assim de repente) juntaria talvez apenas o When The Sky Turns Black de Brutality, o Covenant de Morbid Angel ou os albuns de Death.
Infelizmente a banda apenas lançou este album, mas mesmo assim foi o suficiente para ser ainda recordada hoje em dia com uma certa nostalgia..
Têm existido algumas reedições nos ultimos anos em formato digipak, o que acaba por comprovar tudo aquilo que escrevi até aqui, sendo que nessas reedições existem 3 temas extra que não estão na versão original...ou melhor até estão, mas são os temas que fizeram parte da demo anterior ao album, gravadas com uma formação diferente, mas que valem pelo registo historico e mesmo numa toada mais crua são arrasadoras.
Se não conhecem vale bem um tempinho perdido ao som de musicas como "Soul Erosion" ou "Stench of Paradise Burning".
Correm rumores já algum tempo que dizem que o James estaria a pensar em pegar de novo na banda, não sei até que ponto será real, mas a ser verdade seria de certo algo bastante para se ouvir nos dias de hoje...

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