Blaze of Perdition-Towards the Blaze of Perdition


Da Polonia nem sempre vêm bandas de DM, o movimento BM por lá tambem tem algum carisma e muita identidade e a juntar a MGLA,Kriegmaschine (talvez os nomes mais sonantes dentro do atual BM), surgem agora tambem Blaze of Perdition.
Conheci a banda no split In Void and Serpent the Spirit Is One partilhado com os russos (e excelentes) Pseudogod, razão pelo qual acabei por comprar o cd, mas estes BoP quando ouvi pela primeira vez notei que havia algo de especial, embora se nota-se que a banda necessitava de algumas limadas no seu som, mas tal como previ, a banda que junta varios elementos do Underground polaco acabou por não defraudar em nada, alias até acaba por surpreender bastante neste seu primeiro registo.
O BM que criam segue a corrente Ortodoxa do estilo, com pequenas incursões absolutamente deliciosas pelo passado grandioso da cena nordica.
Falar de OBM atualmente é quase falar em moda dentro da cena extrema, já que inumeras bandas tentam e tentam fazer algo que se torne numa especie de celebração diabolica, mas onde acaba por faltar sempre uma hostia ou uma epistola...enquanto noutras existe tanta liturgia que acaba por enjoar..
O equilibrio aqui presente entre a parte religiosa e a parte mais virada para o extremo é absolutamente deliciosa, ao escrever isto as coisas tambem não seguem os versiculos de uns DsO ou as abordagens doentias de uns Funeral Mist (por exemplo), aqui a procissão sonora percorres a envolvencia de uns Ondskapt dos tempos do Dodens com a crueldade de Malign ou DsO da primeira fase.
O som é cristalino e peganhento como sangue, maligno, e a partes mais melodias (quando surgem) são como uma degolação no meio desta missa negra, dando ainda mais enfase aos já excelentes temas, criando uma aura perfeita para aquilo que se pretende aqui.
O liricismo, mesmo com os versos divididos entre o polaco e o inglês tambem é outra coisa que acaba por resultar, alias as partes declamadas em polaco por vezes soam assustadoras...escutem bem a Misterium Kliffoth.
Na Kénôme que é um dos melhores momentos deste album ouve-se a dada altura Nothing Is Real Everthing is Permited, frase essa que acaba por definir o album em poucas palavras pelo menos naquilo que transmite quando o ouvimos.
Album frio, arrogante, anticristão, de digestão facil,é verdade mas que ao mesmo tempo provoca vomitos, enjoos, paranoia e que nos deixa bem evidente o testemunho pessoal e intrasmissivel que é obrigatorio numa banda com este tipo de sonoridade.
Uma coisa que achei curiosa aqui é existirem, não sei é se vêm do Sonneillon ou do Ashgan (que por vezes dividem as vozes) uma tonalidade vocal quase semelhante a usada pelo Fernando Ribeiro de Moonspell, se ouvirem o album escutem com atenção os primeiros minutos da Alchemy of Flesh...incluindo aquele brutal momento Emperor aos 40 ´s, que parte tudo....
Um album realmente muito interessante, já que a banda consegue fazer aquilo que por exemplo uns Ofermod ou Ondskapt não conseguiram nos seus ultimos trabalhos por aqui, que é nada mais que me fazer fechar os olhos e cerrar os punhos....
Obrigatorio e sem duvida alguma recomendado, sendo que para já este é sem duvida o melhor album de BM na vertente Ortodoxa que ouvi este ano!
Deixo aqui a Alchemy of Flesh e a Kénôme...
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