Watain-Lawless Darkness


"Dance! Dance! In twisting, white-eyed trance,Let us praise the flowering darkness"
Estes versos resumem mais ou menos aquilo que se ouve no novo album dos suecos Watain, banda que tem vindo a cimentar cada vez mais um autentico culto dentro do atual BM.
Mesmo sendo aparentemente estranho conseguirem ter respeito dos dois lados da barricada (coisa rara dentro do estilo), mas tanto o lado mais diehard como do lado que entra mais no mainstream os mencionam como uma das melhores e mais poderosas bandas de musica extrema atualmente.
As coisas mudaram bastante desde que o Sworn To The Dark foi editado, e mesmo com as ajudas (algumas quase fanboys) de alguns media por esse mundo fora a tripla sueca, conseguiu trilhar um caminho espinhoso e sangrento digno de respeito.
Se o Casus Luciferi é unanime no que concerne á parte dos albuns classicos do novo milenio, o STTD apenas veio enfiar um murro na cara de todos aqueles que ainda os viam como uma banda que prestava um culto fanatico aos grandes Dissection e duvidavam das suas intenções de criar BM malefico mas ás vezes tão perigosamente mainstream...
E se no STTD se sentiu isso, preparem-se que o novo Lawless Darkness vai ainda tornar as coisas mais perigosas..
Numa entrevista recente o Erik afirmou que um dos albuns que mais ouviu na vida foi o Master of Puppets e todos sabemos aquilo que coisas como o Storm of Light´s Bane ou o DMDS criaram na sua cabeça...
Pois bem pode parecer estranho, mas se conseguirem misturar aquelas três peças intemporais e se juntarem aquele sentimento épico de Bathory, então sim podem ver aquilo que o Lawless Darkness trás dentro.
Estranho ou não vou comecar pelo instrumental que dá o titulo ao album, escutem com atenção e vejam se aquilo não poderia ser uma jam session criada pelos velhos Metallica com o Euronymous...e não, não estou a brincar.
Este é tambem o album mais melodico e mais aberto no que diz respeito ás linhas de guitarra, e aqui na minha opinião as coisas por vezes funcionam mas noutras nem por isso, explico.
Se por um lado temos aqui temas onde a guitarra parece falar como a magnifica,excelente, lindissima Waters of Ain (o inicio é um tributo total a Dissection, alias o tema parece ser uma homenagem) ou na Total Funeral (refrão totalmente Mayhem), existem outras que se nota mais a perda daquela "escuridão sonora" tão caracteristica da banda.
Na minha opinião, falta aqui uma negritude total e ao invés disso abre-se antes caminho para o Metal mais basico.
Não que isto seja mau, porque bem vistas as coisas assim a escuta do album torna-se bem mais facil para muita gente, mas muitos fans mais antigos vão sentir isto de uma forma mais presente que outros.
Mas se não existe este aparentemente sufocamento antigo, os temas aqui ganham um poder estranhamente invulgar, rispido, duro e epico....mais, existem aqui linhas que vão deixar por exemplo uns Immortal roidos de inveja e a pensar como é que eles fizeram isto, porque estes andam á anos a tentar criar albuns baseados em algumas das formulas aqui exploradas, sem nunca o conseguirem...digamos com este impacto.
Por outras palavras um verdadeiro album de Metal, sim porque isto não é mais que Metal no sentido mais puro e que se atreve a homenagear tanto o passado como o presente, embora seja sempre o lado mais demoniaco a ficar por cima.
Desta forma seria impossivel ouvir uma faixa como a mortal "Reaping Death" e depois sentir uma brisa algo hibrida e meio 80´s na "Malfeitor" ou a já mencionada Waters of Ain e é aqui que acaba por residir uma das belezas deste album.
Existe equilibrio entre a melodia e a brutalidade, carisma, honestidade naquilo que se mostra, embora ligeiramente diferente daquilo que fizeram até aqui e sem duvida algo arriscado, mas com cabeça tronco e membros para ser julgado de cabeça erguida e sem receio.
Já disse algumas vezes que este album tinha/tem tudo para ser visto como o Storm of Light´s Bane do novo milenio, só é pena existir aqui a Four Thrones ,se tivesse uns teclados passava por um tema banal de Dimmu Borgir e na Wolves Curse, não gostei daquele inicio (quando ouvi a primeira vez aqueles primeiros 30 segundos iniciais, pensei foda-se será que o vizinho está a ouvir Moonspell?!).
Mas fora isto anda perto desse album mitico, não o atinge (pelo menos ainda), mas consegue provocar-lhe umas pequenas arranhadelas...
Sem duvida um marco dentro do BM este ano, goste-se ou não da abordagem que Watain faz á musica extrema e que não deve passar ao lado de nenhum fan de musica extrema, porque vale realmente cada adjetivo que tem sido usado para o louvar.
Essencial.

Sem comentários: