
Os Ulver são talvez uma das mais bizarras bandas surgidas da explosão Black Metal nos anos 90.
Começando por tocar uma mistura de BM com algo mais Folk,foram desenvolvendo a sonoridade (ou então não) até chegarem ao petardo Nattens Madrigal,talvez o ponto mais alto da sua vertente mais "evil".
A partir de aqui foi o diabo.
Quando muitos esperariam algo neste estilo resolvem mudar radicalmente tudo o que fizeram até aqui.
Em vez de uma sonoridade necro envolve-se no meio do mundo eletronico e avantgarde,em vez de melodias viradas para a natureza começam a preferir algo mais urbano e cheio de luzes de neon a acender e apagar mas situadas num espaço meio degradante tal um pouco como fazem mais tarde os Manes.
Mas vamos ao album.
Logo nas primeiras escutas nota-se uma certa influencia Pink Floyd quer a nivel vocal como instrumental,bem não é novidade nenhuma isto,mas aqui parece-me mais vincada que o costume.
Existe uma certa aura cinematografica bem negra no album por vezes parace que estamos a ouvir uma especie de banda sonora de um filme qualquer do David Lynch.
O trabalho estranho que se ouve dos samples é digno de registo,estranho,bizarro e quase desconexo,dá a sensação de ser um puzzle em que o ouvinte tem de encontrar as peças e junta-las para chegar ao fim da viagem.
E por falar em viagens este album tambem funciona um pouco como veiculo de passagem para outros lugares....nada palpaveis.
Alias todo o album vive muito em torno disto com um sabor exotico por vezes e jazzistico....estranho.
Nota-se que existe um certo piscar de olho subtil ao drone na maioria das vezes pouco evidente,mas bem vivo.
Destaque para os vocais do Rygg muito interessantes(mais uma vez),suaves,atmosfericos,tragicos e meio embalantes como se um anjo decadente nos fosse dizendo umas palavras obscuras ao ouvido e nos persegui-se para roubar a alma uma especie de Cash mais fofo.
È um album interessante da banda mas que acaba por se perder um pouco no meio de tantos temas identicos,o que a meu ver acaba por estragar um pouco a aura do disco,se existe-se um pouco mais de variedade certamente soaria melhor.
Não é um mau album,mas acaba por ser um pouco monotono ao fim de umas escutas e sem se ter o espirito certo isto acaba por não ter o efeito desejado.
Urbano,melancolico,cinematografico e um pouco tragico são talvez as melhores palavras para o definir,mas com estes adjectivos já fizeram melhor....o lobo anda a vagear no meio da cidade e parece completamente perdido.....
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